As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ainda carregam muitos tabus e desinformação, o que leva ao medo, à vergonha e até mesmo à negligência no diagnóstico e no tratamento. Mas a verdade é que conhecimento é a melhor ferramenta para se proteger e evitar complicações. Muitos ainda acreditam que ISTs só acontecem com “os outros” ou que basta estar em um relacionamento estável para estar seguro. Outros imaginam que sintomas visíveis são a única forma de identificação da infecção. Contudo, essas ideias erradas colocam muitas pessoas em risco. Assim, nesse artigo vamos desvendar alguns mitos e verdades sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis.
Desvendando os principais mitos sobre ISTs
1. Só quem tem muitos parceiros corre risco de contrair uma IST.
❌ Mito!
O risco não está na quantidade de parceiros, mas sim no comportamento sexual. Portanto, basta uma única relação desprotegida para a transmissão acontecer. Pessoas em relacionamentos monogâmicos também devem fazer exames regularmente, pois algumas ISTs podem permanecer silenciosas por anos antes de manifestarem sintomas.
2. Usar camisinha elimina 100% o risco de contrair uma IST.
❌ Mito!
O preservativo reduz significativamente o risco, mas algumas infecções, como HPV e herpes, podem ser transmitidas pelo contato pele a pele em áreas não cobertas pela camisinha. Porém, ainda assim, o uso correto da camisinha continua sendo uma das formas mais eficazes de proteção.
3. O HIV pode ser transmitido pelo beijo.
❌ Mito!
O vírus do HIV só é transmitido através do contato com sangue, sêmen, fluidos vaginais e leite materno. Sendo assim, a saliva não contém quantidade suficiente do vírus para causar infecção, a menos que haja feridas abertas e sangramento na boca de ambas as pessoas — o que é muito raro.
4. Algumas ISTs não apresentam sintomas.
✅ Verdade!
Muitas ISTs podem passar despercebidas por meses ou até anos. Isso acontece, por exemplo, com a clamídia e a sífilis, que podem evoluir silenciosamente e causar complicações sérias, como infertilidade e problemas neurológicos. Portanto, fazer exames regularmente é fundamental, mesmo que você não tenha sintomas.
5. Sífilis é uma doença antiga e já não existe mais.
❌ Mito!
A sífilis continua sendo um grande problema de saúde pública. Nos últimos anos, os casos cresceram significativamente, especialmente entre jovens e gestantes.
Se não tratada, a sífilis pode evoluir para estágios graves, afetando o sistema nervoso e até mesmo o coração. A boa notícia? O tratamento é simples e feito com antibióticos.
6. O HPV sempre causa verrugas genitais.
❌ Mito!
O HPV (Papilomavírus Humano) tem mais de 200 tipos diferentes, e nem todos causam verrugas. Algumas variações do vírus podem ser silenciosas, mas ainda assim aumentar o risco de câncer de colo do útero, ânus, garganta e pênis.
A vacinação contra o HPV é a melhor forma de prevenção e está disponível gratuitamente no SUS para adolescentes e alguns grupos prioritários.
7. Tratar uma IST significa que nunca mais posso pegá-la.
❌ Mito!
Se você foi tratado para uma IST, isso não significa que está imune. Se houver nova exposição ao agente causador, a infecção pode acontecer novamente.
O mesmo vale para quem já teve sífilis, gonorreia ou clamídia: se não houver prevenção, é possível contrair essas infecções mais de uma vez.
8. Herpes genital não tem cura, mas pode ser controlada.
✅ Verdade!
A herpes genital é causada pelo vírus HSV e, uma vez contraída, permanece no organismo para sempre. No entanto, existem tratamentos antivirais que reduzem a frequência e a intensidade das crises, permitindo que a pessoa tenha uma vida normal.
9. Lavar as partes íntimas depois do sexo evita ISTs.
❌ Mito!
Higiene íntima é essencial, mas não impede a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis. Dessa forma, a única forma eficaz de prevenção é o uso do preservativo e a realização de exames regulares.
10. Quem tem uma IST deve avisar seus parceiros.
✅ Verdade!
Se você foi diagnosticado com uma IST, é essencial avisar seus parceiros para que eles também façam exames e, se necessário, iniciem o tratamento. Isso evita reinfecções e ajuda a interromper a transmissão da doença. No entanto, se houver dificuldade em comunicar o parceiro, alguns serviços de saúde oferecem suporte para essa conversa.
Como prevenir as ISTs?

- Use camisinha sempre – no sexo vaginal, anal e oral.
- Vacine-se contra o HPV e a hepatite B – a vacinação é gratuita e segura.
- Faça exames regularmente – muitas ISTs não apresentam sintomas visíveis.
- Evite compartilhar objetos pessoais – lâminas de barbear e seringas podem transmitir infecções.
- Converse com seu parceiro – informação e diálogo são essenciais para uma vida sexual saudável.
Conclusão: Informação é a sua melhor proteção
As ISTs não escolhem idade, gênero ou status de relacionamento. Qualquer pessoa com vida sexual ativa pode ser exposta a essas infecções, e a melhor forma de se proteger é através do conhecimento e da prevenção.
Se você tem dúvidas ou suspeita de uma IST, procure um profissional de saúde. O diagnóstico precoce faz toda a diferença para um tratamento eficaz.
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